CEA NA MÍDIA: [Alma Preta] “Os terreiros estão sendo incendiados como a KKK fazia nos EUA”, diz Kabengele Munanga

 

kabengele - alma preta

Em entrevista à Alma Preta, em junho deste ano, Kabengele Munanga destacou a violência sofrida pelas religiões de matriz africana no Brasil:

“Quantos terreiros de candomblé estão sendo incendiados em alguns lugares clandestinamente? Incendiados de colocar fogo e fugir, como a KKK fazia nos EUA. Quantos são caçados no seu território?”, questiona. (...) Para ele, é papel do movimento negro se articular e frear essas violências. “O movimento negro tem de resistir muito, porque os terreiros são territórios étnicos”. O esforço também se deve pela compreensão, na perspectiva de Munanga, de que os terreiros no Brasil são fundamentais para a construção da identidade negra.

Kabengele Munanga acrescentou, também, o papel do movimento negro nacional:

“As conquistas que nós tivemos, que são resultado de lutas de gerações, que vem lá de Zumbi dos Palmares, Frente Negra Brasileira, Movimento Negro Unificado, e hoje representadas por várias entidades do movimento negro e feministas organizados. Essas conquistas ainda não representam a população negra”. Os principais avanços apontados por Kabengele Munanga são as aprovações das leis 10.639 e 11.645, que obrigam o ensino da história africana, afro-brasileira e indígena, e a homologação da Lei de Cotas em 2012.

O papel do movimento negro hoje é, para ele, sobretudo o de conscientizar os jovens sobre a necessidade de continuar na luta. “Não é porque entraram alguns negros nas universidades pelas cotas que conseguimos. Nós estamos apenas conseguindo alguns resultados, coisas que para mim ainda são muito poucos”.

Veja a entrevista na íntegra.